quarta-feira, 23 de março de 2011

Sobre a temática.

            Realizada entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna tinha como principal proposta encerrar com o academicismo nas artes. O ano comemorava o primeiro centenário da Independência, e os jovens modernistas se propunham a “redescobrir o Brasil”, ou seja, renovarem o caráter artístico do país.
Dentre seus diversos expoentes encontramos Tarsila do Amaral (pintora e desenhista brasileira), que marcou a primeira fase do modernismo brasileiro. Seu quadro “Abaporu”, de 1928, foi responsável por ilustrar o movimento antropofágico – que consistia em deglutir a cultura estrangeira e adaptá-la à realidade nacional.
Esta mesma obra, mesmo vários anos depois, inspirou artistas brasileiros. É o caso de Romero Britto e sua obra “Abaperu”, de 2006, que representa uma releitura de Tarsila. Romero Britto se destacou com seu jeito único de produzir arte. Suas formas e cores almejam passar otimismo e uma sensação de aconchego que fizeram do artista um ícone da cultura pop moderna.
Tendo em vista essas duas produções, e seus artistas tão irreverentes, não foi por acaso a escolha destas obras para ilustrarem o evento. Tarsila, e todo o movimento da Semana de Arte Moderna, nos fazem acreditar nas fortes características da cultura artística nacional que, assim como fez Romero, disponibilizam o que acreditamos ser o trabalho do historiador: uma eterna releitura (seja esta de um fato, de um documento, de um autor, etc.).
E não seriam essas releituras, e todas as possíveis interpretações que nos acarretam, responsáveis por darem cor, movimento e “modernidade” a nossa ciência?!

Obs.: Apesar desta temática específica escolhida para ilustrar o evento, aceitaremos apresentações de trabalhos dentro de todas as demais temáticas da grande área História.

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